“A Montanha Mágica”, Suíça e pandemia
Aos leitores de plantão, se você conhece o livro “Der Zauberberg”, de Thomas Mann, perceberá que existem experiências familiares da leitura com esses tempos de isolamento social.
Para começar, um momento de reflexão: Imagine-se obrigado a ficar em um lugar por determinado período, tendo sua rotina totalmente adaptada ao ambiente em sua casa.
Porém, com o passar dos dias, você perde totalmente a noção de tempo, tem dificuldades para distinguir, se por exemplo, o que aconteceu foi na semana passada ou no mês passado.
Essa experiência radical de temporalidade é um dos grandes temas abordados em “A Montanha Mágica”, uma das obras-primas do escritor alemão Thomas Mann. Lançado em 1924, o livro retrata a jornada do jovem Hans Castorp, um engenheiro naval alemão, em uma visita ao Sanatório Internacional Berghof. Situado em Davos, o sanatório hospeda seu primo, Joachim, que está em tratamento para a tuberculose. Uma vez lá, Castorp descobre que também é portador da doença e sua estada, prevista para durar meras três semanas, vai se estender por inacreditáveis sete anos.
A leitura de “A Montanha Mágica” nesses dias turbulentos e ameaçadores foi profilática. A impaciência daqueles personagens que, desrespeitando as recomendações médicas, interrompiam o tratamento para voltar às suas vidas (e morriam), pode servir de alerta constante para não relaxar a quarentena.
Muito bem, mas o que isso tudo tem a ver com a Suíça? É que o romance se passa na Suíça, num estabelecimento vizinho ao Schatzalp (Schatzalp foi a inspiração para o autor), o chamado Berghof em Davos.
O Schatzalp foi inaugurado em 1900 como uma casa de repouso de luxo e, mais tarde, tornou-se um hotel das montanhas. A alma da construção, a arquitetura, foi preservada em sua forma original até os dias atuais.
O hotel não serviu somente como inspiração na literatura como também foi cenário de cinema. No verão de 2014, o Schatzalp foi parte do plano de fundo do filme "Juventude - La Giovinezza" do vencedor do Oscar Paolo Sorrentino que foi selecionado para o Festival de Cinema de Cannes.
O compositor britânico Fred Ballinger (Michael Caine) passa alguns dias em um hotel nos Alpes suíços com seu velho amigo, o diretor Mick Boyle (Harvey Keitel). Os dois refletem sobre a vida, enquanto observam com grande curiosidade as perseguições dos entusiastas escritores de Mick e os desencontros desconcertantes da ilustre empresa ao seu redor, incluindo por exemplo, Jane Fonda como a maravilhosamente cabra Brenda Morel, Paul Dano como jovem ator e Rachel Weisz como a bela filha de Fred, Lena.
Se você deseja encontrar um lugar histórico, romântico e com muitos atrativos ao seu redor, o Schatzalp em Davos se mostra como uma excelente opção para quem deseja conhecer os mais belos detalhes da Suíça!